segunda-feira, 4 de julho de 2011

OTIMISMO DA ARTE - REVISTA ZELO JLHO 2011

OTIMISMO DA ARTE

A nova cena cultural é extremamente otimista: salões de artes visuais sendo inaugurados com pompa de cidade grande; projetos musicais se emendando uns nos outros; festivais e espetáculos de teatro bem produzidos e organizados; festival de cinema ambiental confirmado e sob nova direção. Enfim, tudo caminhando de vento em popa. Certo? Mais ou menos. Existe a demanda, existe a vontade de realizar da classe artística, entretanto é preciso que lembremos que nem sempre foi assim. Mudanças extraordinárias se efetivaram em nosso Estado, todavia foram necessárias algumas décadas e alguns milhares de brados e clamores para que se olhasse para as atrações locais. Ainda padecemos do terrível complexo da “grama do vizinho”; sabe aquela, que é sempre melhor que a nossa? E o fantasma do marasmo ainda paira e está para a cena artística assim como o fantasma da volta da inflação está para a cena econômica da nação. Os relatos recentes mostram as manifestações da classe artística marchando pelo respeito às categorias e profissionalização e o movimento musical fortíssimo em vários gêneros. Lembremos também do Forum Permanente de Cultura que existe há mais de uma década, engajado pelas causas da classe artística e com participação direta na efetivação das leis locais de incentivo à cultura. É fato que o advento das leis públicas de incentivo – apesar de muito questionadas – alavancaram a produção artística de forma grandiosa e, esperamos, definitiva. Há os que questionem a estrutura e as brechas na lei que permitem que a figura do atravessador seja mais importante no processo que o próprio artista. Enfim, isso é assunto para outra pauta e talvez delicado demais para a proposta de conteúdo leve e ameno dessa bela revista. Isso tudo, esse caldeirão em ebulição, é muito recente na história da nossa jovem capital.
O advento da tecnologia em escala doméstica cumpriu seu papel de difundir e, de certa forma, escoar a produção audiovisual local. Outro aspecto importante é o quanto tem se falado em ‘economia criativa’ em vários setores da sociedade. Mas cabe uma pergunta simples aqui e agora: por que a criatividade tem sido reconhecida em muitos países como um dos mais importantes ativos econômicos? E cabe uma resposta igualmente simples: os números são argumentos mais que suficientes para conferir esse status ao setor cultural. Até o contrabando internacional de obras de artes é o terceiro em volume de faturamento, ficando atrás apenas de armas e drogas. Se ilegalmente a negociação de arte é gigantesca, que dirá se tratada como deve ser e devidamente prestigiada. É de fundamental importância a criação de secretarias especializadas; políticas que fomentem a economia criativa são benéficas e necessárias. Alguns modelos europeus são muito bem sucedidos, como Alemanha e Inglaterra, enxergando a potencialização das categorias culturais como geradoras de receita e entendendo as manifestações culturais cada vez mais ligadas ao comportamento humano como músicas, vídeos, jogos, moda e outras.
O maior desafio de ver a cultura nessa perspectiva econômica é fazer com que os empresários e a sociedade de um modo geral tome essa consciência e passe a entender a cultura como fonte geradora de riqueza e um investimento de alta rentabilidade. O empresariado que já teve sua marca agregada a algum tipo de manifestação cultural de alto nível, colhe os frutos proporcionais ao investimento no setor cultural. Exemplos nacionais como Petrobrás, Itaú, Sesi, Correios, Votorantim e muitos outros gigantes de faturamento econômico também se apropriam do aspecto humano que a arte e a cultura promovem às suas marcas e ainda faturam alto com isso.
Goiás ganhou há alguns anos o status de “celeiro das artes”, graças a alguns artistas plásticos nos anos 70 e 80 e cristalizou isso em ações pontuadas em algumas áreas específicas como dança e artes plásticas (principalmente arte contemporânea) já nos anos 90. De lá pra cá algo mudou na cena local, principalmente na estima dos artistas locais, mas mesmo assim poucos foram os que conseguiram transpor as barreiras geográficas e abstratas do sucesso. O problema que continua sério em Goiás – mas que não é privilégio de nosso Estado – é a falta de incentivo direto na produção, falta de ações educativas, redundando na deficiência no aspecto da formação de público. Os símbolos de status, mesmo com o pujante crescimento econômico do Estado e de alguns setores econômicos como o da construção civil, continuam os mesmos por aqui: arte nem figura em listas de prioridades de quem detem o poder econômico.
O Estado deve fazer sua parte no sentido de conscientização da importância da cultura como valor agregado, porque arte não é passageira, não é apenas diletantismo, não é só romantismo e não demanda grandes investimentos para subexistir. A arte sobrevive a tudo, ao tempo, às adversidades, ao revezes, simplesmente porque é maior.


POR SANDRO TÔRRES – PARA REVISTA ZELO – MAIO/2011

CONCURSO IDÉIAS POSSÍVEIS E IMAGINÁVEIS PARA UM MUNDO MELHOR

Edital n° 03/2.011


Nome:
Prefeitura Municipal de Goiânia
Secretaria Municipal da Cultura

Modalidade:

I Mova Goiânia - Idéias Possíveis e imagináveis para um
Mundo Melhor

Local:
Sede da Secretaria Municipal da Cultura, sito à
rua 84 n° 535 – Setor Sul – Goiânia – Goiás –
Cep: 74.080-400


Horário:
Das 09h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00


Objeto:
Consiste em incentivar a produção goianiense de desenho utilitário (Design) tais como: objetos, utensílios domésticos, vestimentas, ambientes, produtos impressos (livros, revistas e jornais) e mobiliários confeccionados por materiais recicláveis, a serem selecionados na forma deste Edital.


Inscrições:
Período: 18 de julho a 01 de agosto de 2011


Premiação:
15.000,00 (quinze mil reais) sendo R$ 3.000,00 (três mil reais) de premiação como incentivo a cada um dos 05 (CINCO) premiados.


O presente Edital será regido pela Lei Federal n° 8.666/93, e suas alterações posteriores.



PREÂMBULO


A Prefeitura Municipal de Goiânia, por intermédio da Secretaria Municipal da Cultura, torna público o I Mova Goiânia - Idéias Possíveis e Imagináveis para um Mundo Melhor .destinados às pessoas físicas, nas categorias de produtor e diretor, nas condições e exigências estabelecidas neste Edital e seu (anexo I,), de conformidade com a Lei federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993 e alterações posteriores.



01 - DO OBJETO


Consiste em incentivar a produção goianiense de desenho utilitário (Design) tais como: objetos, utensílios domésticos, vestimentas, ambientes, produtos impressos (livros, revistas e jornais) e mobiliários confeccionados por materiais recicláveis, a serem selecionados na forma deste Edital.


02 - DA PARTICIPAÇÃO


2.1 - Poderão concorrer ao presente concurso, pessoas físicas que se apresentarem como artistas visuais, ’Designer’, arquitetos, inventores, artesãos ou autores de do gênero.

2.2 - Não serão admitidas inscrições de pessoas ligadas, direta ou indiretamente, a Secretaria Municipal da Cultura, bem como a Produção do I Mova Goiânia, nas condições de cônjuge, parentes até terceiro grau, inclusive afins e dependentes.

2.3 - Será automaticamente indeferida, a qualquer tempo, a inscrição ou mesmo cancelada a seleção e o incentivo ao que incorrer nos impedimentos previstos nos subitens 2.1, e 2.2.



03 - DA FORMA DE INSCRIÇÃO E DO PERÍODO DE REALIZAÇÃO



3.1 - As inscrições serão efetuadas mediante preenchimento de Ficha de Inscrição, conforme modelo constante do (ANEXO I) deste Edital.

3.2 - As inscrições deverão ser feitas na sede da Secretaria Municipal da Cultura sito à Rua 84 n° 535, Setor Sul, em Goiânia-GO, depois de transcorrido o prazo mínimo dos quarenta e cinco dias da publicação do Resumo deste Edital e durante o período de 18 de julho a 01 de agosto 2.011.

3.3 - A Ficha de Inscrição (Anexo I) a Documentação e o Projeto Técnico do I Mova Goiânia deverão ser entregues em envelopes separados no ato da inscrição.

3.4 – Os envelopes n° 01 “Documentação” e os envelopes n° 02 “Projeto Técnico” após conferência por funcionários designados pela SECULT serão lacrados e identificados em suas partes externas e frontais com as etiquetas conforme modelo abaixo:




ENVELOPE N.º 0 1 - “DOCUMENTAÇÃO”

EDITAL N.º 03/2.011

NOME DO PROPONENTE:

NOME DO PROJETO:





ENVELOPE N.º 02 - “PROJETO TÉCNICO”

EDITAL N.º 03/2.011

NOME DO PROPONENTE:

NOME DO PROJETO:




3.5 – No ato da inscrição deverão ser entregues, fora dos envelopes lacrados, 02 (duas) vias da Ficha de Inscrição (anexo I), devidamente preenchida e assinada pelo proponente.

3.6 – O proponente deverá solicitar uma senha para a realização da inscrição obedecendo sua ordem de chegada. Cada senha permitirá protocolar somente 01 (hum) projeto por vez.

3.6.1 – Será permitido ao Proponente substabelecer Procuração Simples a terceiros para protocolar seu projeto.

3.7 – São partes integrantes deste Edital os 03 (três) Anexos, a saber:

Anexo I: Ficha de Inscrição;

3.8 – Após a inscrição do projeto e até que se encerre sua análise, não será permitido anexar novos documentos ou informes, salvo por solicitação expressa da Comissão Julgadora.

3.9 – Não será permitida, em nenhuma hipótese, devolução, reprodução ou cópia do Projeto e seus anexos, e de quaisquer outros materiais e/ou documentos protocolados devendo, portanto, o proponente guardar consigo os originais e/ou cópia dos documentos, materiais enviados e da Ficha de Inscrição preenchida.

3.10 – Os projetos não aprovados deverão ser retirados pelo proponente, num prazo de 30 (trinta) dias após a publicação dos resultados finais, e não observado esta exigência, serão posteriormente incinerados.
3.11 - A inscrição do candidato implicará o conhecimento e a tácita aceitação das normas e condições estabelecidas neste Edital, em relação às quais não poderá alegar desconhecimento.
04 – DA DOCUMENTAÇÃO

4.1 - Declaração de autoria do projeto inscrito, com firma reconhecida em cartório.

4.2 - Currículo técnico do proponente que conste a sua experiência na área pretendida.

4.3 - Cópia da cédula de identidade.

4.4 – Cópia do CPF do proponente.

4.5 – Certidão negativa de tributos municipais (ISSQN e IPTU) que deverão ser apresentadas somente pelos Proponentes Premiados, ou seja, após a publicação do Resultado final no Diário Oficial do Município.

4.6 - Comprovante de domicílio no município de Goiânia de, no mínimo, 03 anos consecutivos, ou seja, 36 (trinta e seis) completados até a data de inscrição.

Ex.: comprovante de Água, luz, telefone fixo ou a certidão do cartório eleitoral que certifique a sua regularidade eleitoral.


05 - DO PROJETO TÉCNICO

5.1 - O “Projeto Técnico” a ser encaminhado consiste em:

5.1.1 – Memorial Descritivo detalhado em no máximo duas laudas (texto) e com 03 (três) vias, em tamanho A-4;

5.1.2 – Apresentação do desenho em FUAN (ou similar) em tamanho A-3, sendo mínimo de 02 (duas) e máximo de 05 (cinco) lâminas.

5.1.3 - Caso o Projeto já possua fotos o proponente poderá incluí-las no tamanho 15 X 21 cm.

5.2 - A falta de apresentação de quaisquer dos documentos ou em desacordo com o estabelecido, implicará no imediato indeferimento da inscrição.


06 - DA SELEÇÃO


6.1 – Da Análise:

Os “Projetos Técnicos” serão avaliados por uma Comissão Julgadora (Júri), formado por três pessoas nomeadas por ato do Secretário Municipal da Cultura, a ser publicada no DOM, que lavrará em Ata o resultado final declarando os 05(cinco) Premiados e uma reserva técnica de mais 15 proponentes selecionados obedecendo a ordem cronológica de avaliação, não cabendo recurso de sua decisão.

6.1.1 – Caso algum dos premiados não atender ao Item 4.5, será convocado o primeiro da lista da reserva técnica, obdecend9o a ordem cronológica e assim por diante.

6.3 – Após o encerramento das inscrições a Comissão Julgadora terá 07 (sete) dias para informar o resultado ao Secretário, que a seu turno terá 03 dias úteis para homologar e divulgar o resultado publicando no Diário Oficial do Município.


07 - DA PREMIAÇÃO


7.1 – Os Proponentes Premiados e Selecionados na reserva técnica participarão de uma Exposição em data a ser marcada pela Secretaria Municipal da Cultura.

7.2 –Os 05 (cinco) projetos premiados no I Mova Goiânia, que receberão o incentivo de R$ 3.000,00 (três mil reais) cada, em valores bruto, conforme normas contidas neste edital, que se dará em parcela única..

7.3 – Os Proponentes premiados serão notificados até o dia 19 de agosto, para apresentarem as Certidões solicitadas no item 4.5.

7.4 – A despesa correrá por conta da Secretaria Municipal da Cultura – SECULT, na dotação orçamentária específica: 2000 – 2001 13.392.0018 2.106 – 3390.3100.100


09 - DAS OBRIGAÇÕES DOS SELECIONADOS E PREMIADOS


9.1 - Entregar para a Secretaria Municipal da Cultura, no prazo máximo de três (03) dias, o objeto, maquete ou protótipo do Projeto Técnico caso o proponente possua, para que o mesmo possa ser mostrado na Exposição.


10 - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


10.1 – São formas de comunicação entre a Secretaria Municipal da Cultura e os participantes do Concurso, em razão deste Edital, a correspondência formal e devidamente assinada, encaminhada via "CORREIO", com aviso de recebimento "AR", bem sob as formas de fac-símile (fax) e correio eletrônico (e-mail), desde que possam ser aferidas suas autenticidades.

10.2 – Este Edital é composto dos Anexos I, texto integral estará à disposição dos interessados no endereço citado como sede Secretaria Municipal da Cultura, e seu Resumo foi publicado no Diário Oficial do Município n° 5.082, de 08 de abril de 2.011, e Jornal de grande circulação, “O Popular”, edição do dia 27 de maio de 2.011 (sexta-feira).

10.3 – Maiores informações poderão ser obtidas prioritariamente pelo e-mail: movagoiania@gmail.com fazendo constar no campo assunto a citação: EDITAL E O NOME DO PROJETO.

10.4 – Os casos omissos serão dirimidos pelo Secretário Municipal da Cultura.











SECRETARIA MUNICIPAL DA CULTURA, aos 27 dias do mês de maio de 2.011.








KLEBER ADORNO
Secretário










JVSl/ST.**

sexta-feira, 15 de abril de 2011

VENDO A FESTA

MATÉRIA DE SANDRO TÔRRES PUBLICADA NA ÚLTIMA EDIÇÃO DA REVISTA ZELO, LANÇADA NO COMEÇO DE ABRIL.


           Ah, a diversidade de linguagens! Tão salutar para as artes plásticas. Mais que isso: combustível propulsor das viagens românticas e diletantes dos artistas. Pode soar piegas, mas a arte -  rima ordinária à parte -  não tem regras. Ela transita do absurdo conceito à retratação naturalista e ordinária sem hífens ou barras delimitadoras. Cabe ao olho humano decodificar o que vislumbra.
            E por falar em linguagens e manifestações inusitadas, tragamos à tona um tema pouco recorrente ao goiano de uma maneira geral: o carnaval. Se para o carioca o carnaval definitivamente adquiriu contornos sambísticos de bundas melaninizadas e para os baianos é muito claro  o culto às rimas pobres e melodias vogalizadas e pegajosas do axé, uniformizado com  parangolés vulgares, para os goianos o que seria a definição de carnaval? Um período de escapada para as localidades abundantemente aquosas do Estado ou talvez resignadas idas a arremedos de bailes? Micaretas vertiginosamente compostas, onde a fusão de axé com sertanejo com funk com pop tentam soar naturalmente? E quando tentamos nos ater ao aspecto estético a coisa fica pior. Qual a cara – leia-se ‘estética’ - do carnaval em Goiás?  Periférica, retrô, caipira? Quais os elementos absorvidos como códigos pela população local? Eu sei? Você sabe? Quem sabe? Evidente que devem existir estudos específicos sobre esse tema, mas, cá pra nós, nenhum deles vai me convencer que a identidade goiana desenvolveu DNA próprio relativo ao carnaval. No máximo mimetizou manifestações “importadas”.
Claro que ainda existem por aqui os bravos exemplos de preservação e disseminação da cultura dos carnavais antigamente tidos como tradicionais, embalados pelas marchinhas, é o caso do Carnaval dos Amigos, capitaneado pelo cantor Xexéu e o cartunista Jorge Braga (Salve o Zé Ferino!) e outro exemplo é  a Bateria de  
Carnaval do Largo do Rosário, já em sua sétima edição e formado por profissionais de várias áreas da sociedade que se reúnem pela convivência e pelo entusiasmo à causa, realiza mais uma vez um disputado concurso de marchinhas lá pelos lados da Vila
Boa.
             Foi de posse de algumas absolutas e inegáveis premissas que o curador Gilmar Camilo convidou 12 artistas, alguns designers e outros criadores a desenvolverem trabalhos para uma mostra  com o sugestivo título  “Vendo o Carnaval”, trocadilho alusivo aos verbos ver e vender, segundo os mais atuais compêndios sobre artes, ambas necessidades instrínsecas ao fazer artístico. O resultado foi equivalente a um feriadão: esperado, comemorado e com muito espaço para reflexão. Exibirão por lá sua ótica carnavalística nomes importantes como Divino Sobral, Carlos Sena, Pitágoras, Kátia Jacarandá e outros como, inclusive, o próprio artista que vos escreve.
              Atavismos à parte, o carnaval perdura na tradição brasileira há quase 4 séculos, seja branquinho ou pretinho, seja rico ou seja pobre, seja cachaça ou seja “breja”, vá de samba ou sertaneja, é tudo um grande e mesclado caldeirão. Sorvamos!!

quinta-feira, 31 de março de 2011

ARTE PLENA EM AÇÃO!

A ARTE PLENA EXISTE HÁ QUATRO ANOS E NESSE PERÍODO FORAM MUITAS CONQUISTAS E REALIZAÇÕES. APENAS PARA CITAR ALGUMAS:
2007
-Exposição Coletiva de Inauguração, Arte Plena, Goiânia/GO
-Exposição Coletiva “10 na Estação”, Estação Goiânia, Goiânia/GO

2008
-Sede Projeto “Arte Plena Inclusão Sócio-cultural”, Goiânia/GO
-Exposição “Corações e Mentes” de Sandro Tôrres, Museu de Arte de Goiânia, Goiânia/GO
-Exposição Coletiva  “CINCO”, Galeria Marcos Caiado, Goiânia/GO
-Exposição Coletiva “Desenhos”, Arte Plena, Goiânia/GO

2009
-Exposição Coletiva e show “Preliminares”, Arte Plena, Goiânia/GO
-Exposição Coletiva “Arte em Conta Conta!”, 35 artistas- Arte, gastronomia, literatura, Arte Plena, Goiânia/GO
-Espetáculo “VOO 34”, Teatro Goiânia Ouro, Goiânia/GO

2010
-Exposição Individual “A Verdadeira História de João e o Pé de Feijão” de Rôber Côrtes, Arte Plena, Goiânia/GO
-Exposição Individual “Sexual Healing” de Pitágoras, Arte Plena, Goiânia/GO
-Exposição “Mendez x Rustoff”, Arte Plena, Goiânia/GO
-Exposição Coletiva “Maio das Mães”, Arte Plena, Goiânia/GO
-Espaço Cultural  com coletiva “Entre Elas”, Evento Só Para Mulheres, Centro de Convenções de Goiânia, Goiânia/GO
-Galeria de Arte no evento CasaCor, Goiânia/GO
-Sede Projeto “Ateliê Solidário” em parceria com ACCG, Arte Plena/ACCG, Goiânia/GO
-Evento “L’Art du Chef- Autêntica Gastronomia e Arte”, 06 artistas plásticos e 06 chefs de cozinha, Espaço Brookfield, Goiânia/GO
-Evento Coletivo “CLAP-CASA LOUNGE ARTE PLENA”, Ateliê Lílian Tôrres, Goiânia/GO
-Exposição Individual “QUINTAL” de ROOS, Arte Plena, Goiânia/GO 
-Sede Projeto “Cinco Olhares Sobre Goiânia”, Arte Plena, Goiânia/GO
- Exposição “ETERNIDADE” Coletiva de fotos de alunos da escola CANOPUS, Arte Plena, Goiânia-GO
-Exposição Coletiva “II Arte em Conta Conta!”, 26 artistas, Arte Plena, Goiânia/GO
-Apoios Culturais: Conexão Samambaia; Lançamento site Evando Filho; Palestra Mercado de Arte – Clínica Rogério Ranulfo; Revista ZELO; Revista BAG; Projeto Pintando o Novo Mundo; Coletiva “Bienal My Ass” (SP); Exposição Cinco Olhares Sobre Goiânia no Blue Tree Hotel; Exposição Rossanna Jardim na UCG; Festa do Patrocinado Address Hotel; Lançamento Nova Coleção da grife Crioulo na TCI.

PARA 2011 JÁ PROGRAMAMOS ALGUNS EVENTOS NO SEGUNDO SEMESTRE QUANDO NOSSA NOVA SEDE (PRÓPRIA) DEVE FICAR PRONTA E O ENDEREÇO SERÁ DIVULGADO OPORTUNAMENTE.

segunda-feira, 28 de março de 2011

ARTE PRA QUE ARTE?


                                     Vamos direto ao ponto: todo mundo deve ter obra de arte.  Imperativo demais?

STOP-REWIND
ANDY WARHOL
                                      Tenho repetido em algumas conversas informais e também em palestras que participo sobre o tema mercado de arte que as pessoas estão sendo compelidas a consumir arte. Feio usar o verbo “consumir” e “arte” na mesma sentença? Talvez, mas o que percebemos é um fenômeno recente que os hábitos da modernidade estão voltando a eleger arte como símbolo de status, ou seja, compulsoriamente as pessoas estão consumindo mais arte. Mesmo porque as novas mídias e manifestações estéticas estão emaranhadas em nosso cotidiano. Por exemplo, é quase impossível parar em um sinaleiro sem ter que assistir a um microespetáculo circense de malabarismo ou caminhar pelas ruas e não observar os grafites tomando conta das caixas de energia, hidrantes, bocas-de-lobo, muros em ruínas. Não dá pra não ver as vinhetas criativas multimidiáticas na televisão, nas revistas, nos jornais. Estamos falando sobre a invasão da criação, das manifestações culturais, dos recursos artísticos em nossas vidinhas. Os impermeáveis culturais poderiam pensar: “Oh, céus, mas o que fazer para combater isso? Não pedi pra fruir dessa arte! Quero minha parte em dinheiro!”
                                       Por incrível que pareça, muitas pessoas não sabem onde colocar as artes, os artistas na suas vidas. Ou os vêem de forma glamourizada, romantizada, além do alcance ou exatamente o oposto: diminuem o artista, rechaçam a convivência.
                                       É o meu papel e de meia dúzia de heróis locais incutir nas pessoas o convencimento que se cercar de arte é um bom investimento. Heróis cujos únicos superpoderes são a paixão pela criação, pelo inusitado, pelo fabuloso universo dos artistas e suas manifestações de excentricidade e romantismo. Arte é investimento sim! Pecuniário; diletante; poético; sanitário. Nobres ou não, motivos de se investir não faltam. E também só dizem respeito ao próprio indivíduo fruidor, afinal, a teoria mais sincera de apreciação da arte é a da empatia: se a obra te emociona, te diz algo, é válida. E justifica sua existência. Não importando se é bela, se é esteticamente intrigante, se é vanguardista, se é vermelha com bolinhas amarelas. Simples assim.

 PLAY AGAIN
                                         Minha dica pra quem quer se iniciar no meio das artes ou até mesmo iniciar uma coleção com rigor e qualidade é, em primeiro lugar, procurar aconselhamento profissional – existem estudiosos, curadores, artistas experientes e críticos para isso-, outra dica é criar repertório visual através de visitas a museus, galerias e, se tiver acesso, a ateliês; a internet também é uma ótima ferramenta de pesquisa. Alguma leitura sobre história da arte também não faz mal a ninguém. Feito isso, qualquer um passa a desenvolver o próprio feeling a ponto de fazer suas apostas. Obras em suportes tradicionais; papéis são mais baratos, porém originais, prevalecendo sempre em valor agregado às gravuras, prints e outros múltiplos. E arte é, assim como outros investimentos, uma questão de prioridade: deixe de  fazer o pedicure, tomar uns birinaites, comprar o par de tênis da moda e o dinheiro vai sobrar pra comprar um desenho de um artista bacana ou a prestação de uma obra mais cara. Verão como vale a pena.


PAUSE
                                        Muito bem, o argumento está alinhavado, a premissa já está estabelecida, o sujeito e o predicado subentendidos, mas toda narrativa precisa de um conflito. É aí que entram os vilões da cena artística. E não são poucos, mas pra listar alguns: falta de apoio governamental, falta de interesse do cidadão médio, falta de informação de alguns profissionais que vendem arte o que acarreta num desserviço, falta de sensibilidade do empresariado – salvo raras exceções - que ainda não enxergou arte como fator agregante em seus empreendimentos. Enfim: falta!

FOWARD

                                        A transformação está acontecendo; a cena está mais favorável: os artistas estão mais otimistas com os novos espaços para exposições – pequenos ou alternativos ou  sofisticados ou virtuais -  que estão mexendo com as possibilidades de mercado. Claro que cabe a cada artista encontrar seu nicho e investir nele. E vivemos a expectativa de sediar o I Salão de Artes do Centro-Oeste, um evento sério, de grande porte que deve inaugurar o novo espaço de exposições da UFG, tudo sob a batuta do competente Carlos Sena. Vivemos também o momento político de transição, o que sempre traz esperança na renovação do pensamento e nas atitudes. Governo tem obrigação de dar exemplo; tem que estabelecer políticas culturais – de qualidade - que contemplem inclusive a fatia mais pobre da população; tem que promover a inclusão levando artes plásticas, cinema, música e literatura para as periferias. Os museus oficiais do Estado e do Município, respectivamente MAC e MAG, abriram suas pautas para novas propostas de exposições nas temporadas 2010/2011. Ok, isso é obrigação de museu... mas o MAC não o fazia há anos!
                                          A preocupação que fica quando se realiza algo em quantidade  é com a qualidade, mas isso não pertence à grande maioria. Os profissionais da área, os críticos, os especialistas que se ocupem dessa tarefa de tentar separar o joio do trigo. Mas quem faz isso de forma implacável e definitiva é o tempo. Esse sim nos demonstra quem justificou a que veio.